Sobre o "Blog do Super Rodrigão"

*** O "Blog do Super Rodrigão" foi criado e editado por Rodrigo Francisco Dias quando de sua passagem como professor de História da Escola Estadual Messias Pedreiro (Uberlândia-MG). O Blog esteve ativo entre os anos de 2013 e 2018, mas as suas atividades foram encerradas no dia 27/08/2018, após o professor Rodrigo deixar a E. E. Messias Pedreiro. ***

sexta-feira, 6 de março de 2015

A Grande Guerra, ou, A Primeira Guerra Mundial

No início do século XIX, os povos de língua alemã na Europa estavam divididos em vários estados, dos quais os dois maiores eram a Áustria e a Prússia, que disputavam o controle de toda a região. Sob o comando do ministro Otto von Bismarck, o governo da Prússia neutralizou as ambições austríacas e liderou os estados alemães em uma vitoriosa guerra contra a França. Como resultado, ocorreu a unificação da Alemanha sob o comando do rei prussiano Guilherme I, coroado kaiser (imperador). A região franco-alemã da Alsácia-Lorena, rica em ferro e carvão, foi anexada pela Alemanha.

O último grande conflito ocorrido na Europa no século XIX foi essa guerra entre a França e a Prússia, ocorrida no início da década de 1870. Depois desse conflito, o continente europeu vivenciou algumas décadas de relativa paz. Um novo equilíbrio de forças na Europa foi estabelecido com a partilha de territórios na Ásia e na África e com a industrialização das nações europeias. Países como Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Império Austro-Húngaro e Itália assumiram a condição de potências, enquanto que o Império Turco Otomano entrava em decadência.

Cada uma das nações europeias passou a modernizar e fortalecer seus exércitos, adotando o serviço militar obrigatório, fortificando suas fronteiras e investindo em armas cada vez mais pesadas. A intenção era garantir o equilíbrio e proteger-se contra as ameaças de alguma nação rival. Essa corrida armamentista iniciou-se no final da década de 1880 e acelerou-se nas duas primeiras décadas do século XX. Os países passaram a gastar muito dinheiro em tal empreitada: os britânicos, por exemplo, gastaram 77 milhões de libras esterlinas entre 1913 e 1914, ou seja, bem mais que os 32 milhões que haviam sido gastos em 1887. No mesmo período, a Alemanha aumentou seus gastos navais de 90 milhões de marcos por ano para um valor de quase 400 milhões.

Como os vários países estavam cada vez mais fortemente armados, eles evitavam guerrear entre si, preferindo fazer acordos e alianças. Os governos da Alemanha, do Império Austro-Húngaro e da Itália formaram a Tríplice Aliança em 1882, por meio da atuação de Bismarck, que soube negociar com os interesses dos italianos – ressentidos com a invasão francesa a Túnis – e da Áustria-Hungria, que queria garantir seus interesses nos Balcãs. Bismarck também aliou-se à Rússia, que também estava interessada na região balcânica. Essa configuração política isolava politicamente a França.

O governo alemão tentava equilibrar as disputas entre seus aliados russos e austríacos nos Balcãs, mas tal política foi mudada pelo novo kaiser, Guilherme II, que se afastou da Rússia. Necessitando de apoio da Europa Ocidental e de empréstimos para financiar suas importações, os russos aproximaram-se então da França, que, após anos de isolamento, aceitou a aliança. Os governos da França e da Rússia acabariam criando a Tríplice Entente em 1907, ao lado da Inglaterra, em uma tentativa de dar uma resposta à Tríplice Aliança. O clima político era tenso, apesar de aqueles países terem evitado durante muito tempo o confronto direto. De fato, aqueles anos ficaram conhecidos como os da paz armada, ou seja, uma paz tensa e instável.

O papel do nacionalismo

Um aspecto importante do período era o forte nacionalismo dos países europeus, ou seja, a ideia de que os povos que tinham a mesma língua, os mesmos costumes e as mesmas tradições formavam uma única nação que tinha o direito de viver de maneira autônoma em um Estado independente. Tal nacionalismo acentuava ressentimentos e instigava a rivalidade entre as nações. Um bom exemplo disso era o desejo de vingança que os franceses demonstravam em relação aos alemães, sentimento que surgiu quando os franceses perderam a Alsácia e a Lorena para os alemães, ao final da Guerra Franco-Prussiana (1871).

O nacionalismo ainda era responsável pela tensão em outras partes da Europa, como no Império Austro-Húngaro, que reunia diversos povos, tais como tchecos, eslovacos, bósnios, croatas, eslovenos, italianos, poloneses, etc. O governo italiano reivindicava a posse dos territórios austríacos habitados por italianos, e também manifestava um desejo de aumentar suas áreas coloniais, uma vez que a unificação tardia da Itália a fez sair atrás na corrida imperialista. Os tchecos e os eslovacos lutavam por sua independência. Os poloneses, que habitavam um território dividido entre prussianos, russos e austríacos no século XVIII, também lutavam por sua autonomia e pela criação de um Estado independente. No Reino Unido, de maioria protestante, os irlandeses católicos lutavam pela independência da Irlanda.

Por sua vez, os alemães desejavam ampliar seu império colonial, porém, como a Alemanha iniciara tardiamente sua participação na corrida imperialista – o país unificou-se apenas em 1871 –, eles se sentiam prejudicados pela forma como a África e a Ásia foram divididas entre as potências europeias. A Alemanha investiu na construção de uma poderosa marinha de guerra, capaz de enfrentar os ingleses.

A Alemanha era, naquele momento, uma potência em franco crescimento do ponto de vista industrial e militar, o que alarmava a França e a Inglaterra. Se em 1870 a população alemã era de 41 milhões de pessoas, em 1914 ela já era de 66 milhões. A produção alemã de carvão aumentou 800%, quase atingindo a produção inglesa, e, às vésperas da Grande Guerra (nome por meio do qual a Primeira Guerra Mundial foi inicialmente chamada), a Alemanha produzia dois terços do aço de toda a Europa e gerava mais eletricidade do que a Grã-Bretanha, a França e a Rússia juntas. A Grã-Bretanha ainda administrava o seu grande império e tinha a maior frota de navios do mundo, todavia, as indústrias alemãs – e as dos Estados Unidos – já ameaçavam a produção industrial inglesa.

Foi o temor da ameaça alemã que uniu ingleses e franceses. Em 1904, os dois países assinaram um acordo que estabeleceu que a Inglaterra manteria o Egito sob sua influência e a França ficaria com o Marrocos. Em 1905, o kaiser alemão Guilherme II visitou o sultão marroquino e manifestou seu apoio ao país dominado por franceses, fato que provocou uma crise com a França e a Inglaterra, que agora se uniam ainda mais contra o nascente imperialismo alemão. O crescente poderio alemão também foi o responsável pela aproximação entre ingleses e russos, que até então disputavam a hegemonia na Ásia: em 1907 ficou definido que a Inglaterra dominaria o Afeganistão enquanto a Rússia ficaria com o Turquistão, sendo que o Irã foi dividido entre os dois países. Em 1911, após uma tentativa alemã de avanço no Marrocos, a França acabou concedendo uma parte do Congo francês aos alemães. A guerra entre as potências europeias passou a ser iminente

Enquanto isso, povos de diversas etnias e culturas viviam na região dos Balcãs. Ali, gregos, eslavos, sérvios, croatas, turcos e búlgaros estavam sob o domínio do Império Turco Otomano desde tempos remotos. No século XIX, animados pelo espírito nacionalista, tais povos começaram a mobilizar-se contra o domínio turco otomano. Os gregos conquistaram a sua independência em 1821. Sérvia, Montenegro e Romênia alcançaram a sua autonomia política em 1878, contando com o apoio dos russos, que queriam aumentar sua influência na região dos Balcãs. Por sua vez, a Bósnia-Herzegovina era colocada sob a tutela do Império Austro-Húngaro, ao qual foi formalmente anexada em 1908. Tal medida reacendeu o nacionalismo na região, pois a Sérvia, país eslavo de religião cristã ortodoxa e que estava interessada naquele território, manifestou-se contrária à anexação.

O estopim do conflito

O governo austro-húngaro realizou manobras militares na fronteira entre a Bósnia e a Sérvia. No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, foi enviado à cidade de Sarajevo, na Bósnia, ao lado de sua esposa. Por meio da ação da sociedade secreta pró-Sérvia Mão Negra, o arquiduque e sua esposa acabaram assassinados por um estudante bósnio simpatizante da Sérvia. Este acontecimento acabaria ficando conhecido como o estopim da Grande Guerra (Primeira Guerra Mundial), pois, no dia 28 de julho, o governo do Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, após descobrir uma ligação entre a Mão Negra e o governo sérvio. De fato, o governo sérvio rejeitou a exigência austríaca de que os culpados do atentado fossem julgados por uma comissão composta por representantes da Áustria e da Sérvia. Portanto, a declaração de guerra do Império Austro-Húngaro à Sérvia se deu sob a alegação de que as autoridades sérvias foram coniventes com o assassino do arquiduque. A Alemanha posicionou-se a favor do Império Austro-Húngaro, enquanto a Rússia colocou suas tropas de sobreaviso em apoio à Sérvia.

Em fidelidade à Áustria, os alemães declararam guerra contra os russos e franceses, dois integrantes da Tríplice Entente. Em resposta, a Inglaterra juntou-se à França e à Rússia no dia 4 de agosto, entrando em conflito contra austro-húngaros e alemães. A ação inglesa se deu após os alemães invadirem a Bélgica, um país neutro, para dali atacarem a França. Pouco tempo depois, outros povos entrariam no conflito. Os japoneses, que estavam interessados em algumas possessões alemãs no oceano Pacífico, ficaram ao lado da Tríplice Entente. Os turcos otomanos ficaram ao lado da Alemanha e da Áustria, pois queriam limitar a influência russa no Oriente. A Itália, que fazia parte da Tríplice Aliança, manteve-se inicialmente neutra, mas acabou posicionando-se ao lado da França, da Inglaterra e da Rússia em 1915, sob a promessa de receber territórios nos Balcãs após a guerra.

O Brasil declarou-se neutro no início do conflito, mas entrou na guerra em 1917. O país rompeu relações diplomáticas com a Alemanha em abril de 1917, quando um submarino alemão afundou um navio comercial brasileiro no litoral da França. No mês seguinte, dois outros navios mercantes brasileiros foram bombardeados na Europa, o que fez o governo brasileiro decretar o fim da neutralidade e apreender 45 embarcações alemãs que estavam ancoradas no litoral brasileiro. O Brasil acabou decretando guerra à Alemanha em outubro de 1917, quando o quarto navio mercante brasileiro foi atacado. Assim, o país foi o único da América do Sul que entrou na Grande Guerra. Todavia, as tropas brasileiras tinham, de maneira geral, pouco preparo, a quantidade de armas do nosso Exército e da nossa Marinha era pequena, as embarcações brasileiras eram obsoletas. De acordo com especialistas, a atuação do Brasil na guerra foi muito mais simbólica do que de efetiva participação militar. Seis navios de combate foram enviados pelo governo brasileiro em 1918 juntamente com dois navios auxiliares que ficavam navegando pela costa da África para observar a movimentação das forças inimigas. 92 médicos brasileiros foram enviados à França para instalar um hospital militar em Paris, contudo, mais do que atender feridos de guerra, esses médicos acabaram cuidando das vítimas da gripe espanhola, doença que se espalhava rapidamente. Entre 1918 e 1919, esta doença era capaz de matar uma pessoa em até 72 horas depois da contaminação. A sua propagação foi facilitada pela guerra, em decorrência dos deslocamentos das tropas pelos campos de batalha. A gripe espanhola teria matado ao menos 22 milhões de pessoas, um número maior ao de mortos na Grande Guerra.

Uma guerra brutal

No início, as lideranças europeias acreditavam que a guerra duraria pouco tempo, porém, o conflito revelou-se difícil e acabou durando quatro anos, envolvendo muitas nações e apresentando episódios de intensa violência. Não apenas os militares diretamente engajados nas batalhas sofreram com a guerra, pois a população civil também enfrentou dificuldades relacionadas ao conflito.

Os civis tornaram-se vulneráveis à fome e à doença induzidas pela guerra. Em cidades do norte da Rússia, por exemplo, havia filas intermináveis para receber suprimentos mínimos e não regulados de provisões mais básicas. As filas para pão em Petrogrado funcionavam como centros de informação e tornaram-se incubadoras da Revolução Russa, iniciada em 1917. As filas também eram parte da vida dos franceses, que tiveram que enfrentar racionamento de carvão, óleo e alguns alimentos em 1918. Os ingleses passaram por algumas privações, pois, no final de 1916 as lojas de alimentos foram forçadas a manter apenas metade de seus estoques, enquanto o racionamento de açúcar, chá, margarina, bacon, queijo, manteiga e carne foi introduzido em 1918.

Em 1915, os berlinenses foram os primeiros alemães a receber os cartões de racionamento de pão e, tempos depois, produtos como carne, laticínios, batata, açúcar, cereais e sabão também passaram a ser objeto de racionamento na Alemanha. Com a escassez de carne, a morsa em conserva e o corvo cozido passaram a fazer parte da alimentação das pessoas. Muitos produtos eram comercializados no mercado negro e filas eram vistas por toda a parte. A colheita desastrosa de batatas no inverno de 1916-1917 fez com que nabos e beterrabas se transformassem em alimentos básicos.

Em contrapartida, a guerra estimulou a abertura de novas oportunidades de emprego. As mulheres, por exemplo, ganharam espaço nas fábricas francesas e, em 1918, mais de um milhão de mulheres na França trabalhavam em defesa nacional, armamentos e aeronáutica. No Império Austro-Húngaro, em 1916, cerca de 42,5% dos trabalhadores na indústria pesada eram mulheres, uma quantidade bem maior do que os 17,5% de mulheres registrados em 1913. Na Alemanha, 35% da força de trabalho industrial era composta por mulheres, em 1918. As mulheres também começaram a trabalhar como motoristas de ônibus e ambulâncias. A presença feminina também foi verificada na própria frente de batalha: o Batalhão da Morte do exército russo, por exemplo, era todo composto de mulheres e foi organizado por Maria Bochkareva, que havia trabalhado como capataz em uma fábrica antes da guerra e obteve do próprio czar a autorização para se tornar soldada, tendo passado dois anos na trincheira antes de formar o seu Batalhão da Morte feminino. As soldadas russas raspavam a cabeça e vestiam uniformes comuns do exército.

Todos os avanços tecnológicos da indústria bélica foram usados no conflito. Além dos equipamentos já considerados antigos, tais como morteiros, granadas, canhões e metralhadoras, foram utilizados pela primeira vez na história tanques de guerra, submarinos, lança-chamas e armas químicas (gás cloro e gás mostarda), enquanto aviões foram usados para bombardear tropas em terra.

As campanhas publicitárias foram usadas por vários países e acirraram as rivalidades entre as nações, pois cartazes e pôsteres retratavam o inimigo como selvagem ou bárbaro, estimulando o nacionalismo na população. A nova indústria cinematográfica de Hollywood, nos EUA, produziu filmes satanizando o kaiser Guilherme II, como a obra Kaiser, a besta de Berlim (1918) e Ao inferno com o Kaiser (1918).

Os meses iniciais do conflito foram caracterizados pela guerra de movimento, as tropas procuravam se mobilizar rapidamente em campo aberto, no intuito de conquistar territórios. Um exemplo disso foi o Plano Schlieffen, tática ofensiva e defensiva colocada em prática pelo exército alemão que movimentava as tropas contra a França e a Rússia ao mesmo tempo.  Todavia, a guerra de movimento se revelou uma tática ineficaz, pois os avanços territoriais eram pequenos e as perdas humanas enormes. Tendo em vista o equilíbrio de forças, os chefes militares passaram a adotar a tática da guerra de posições ou de trincheiras, forma de combate que foi utilizada durante a maior parte do conflito e consistia na abertura de valas estreitas, profundas e de grande extensão, protegidas por rolos de arame farpado – as trincheiras. Naqueles espaços, os soldados mantinham fogo constante contra o inimigo e enfrentavam algumas adversidades como lama, frio, ratos e doenças.

Durante uma boa parte da guerra a vantagem foi da Tríplice Aliança, contudo, dois fatos cruciais mudariam os rumos dos combates. O primeiro foi quando os EUA entraram na guerra em abril de 1917, ao lado dos países da Entente, também chamados de aliados. A justificativa para isso foi o fato de submarinos alemães terem afundado navios norte-americanos que levavam mercadorias para a Inglaterra. O segundo foi quando a Rússia saiu do conflito em março de 1918, em decorrência dos eventos ligados à Revolução Socialista russa. Os russos assinaram a paz de Brest-Litovski com a Alemanha, aceitando a perda da Polônia, da Lituânia, da Letônia, da Estônia, da Finlândia e da Ucrânia para poder sair do conflito. Após a saída russa e a entrada dos norte-americanos, as táticas da guerra de movimento foram retomadas e, graças principalmente ao grande número de soldados enviados pelo governo dos EUA, os aliados obrigaram seus adversários a recuar. Os soldados norte-americanos chegavam à Europa bem alimentados, relativamente bem treinados, com armas novas e sem o cansaço que já abatia os soldados europeus. O resultado disso acabou sendo a vitória dos aliados. O governo turco otomano se rendeu em 30 de outubro de 1918, o governo austro-húngaro firmou sua rendição em 3 de novembro e, finalmente, os alemães renderam-se no dia 11 de novembro, após o kaiser Guilherme II renunciar e fugir para a Holanda.

Acordos de paz

A Grande Guerra chegou ao fim deixando um saldo de cerca de 8 milhões de mortos e 20 milhões de inválidos, além de milhões de órfãos, desempregados e desabrigados. Muitos jovens combatentes voltaram para suas casas com neurose de guerra, um distúrbio psíquico que provoca alucinações e levou muitos à loucura.

Após o término dos combates, acordos diplomáticos foram firmados para definir o novo mapa europeu e os termos da paz mundial. O mais famoso deles foi o Tratado de Versalhes, firmado em 1919. O Império Austro-Húngaro foi dividido em novos países: Áustria, Hungria, Tchecoslováquia e Polônia. O Império Turco Otomano deu origem à Turquia, seu território foi desmembrado e parte dele passou para o controle de franceses, que ficaram com a Síria, e ingleses, que ficaram com a Palestina e a região do atual Iraque. A Alemanha foi obrigada a devolver a Alsácia e a Lorena para a França, perdeu suas colônias para os vencedores e suas forças armadas sofreram restrições, pois não podiam ter mais de 100 mil homens nem armamentos estratégicos, como canhões e submarinos. Além disso, a Alemanha e a Áustria ficaram proibidas de se unirem em um só país. Parte da Alemanha foi cedida à Polônia, incluindo uma saída para o mar que separava a Prússia Oriental do restante da Alemanha – o chamado “corredor polonês”. O governo alemão teve de pagar uma indenização de 132 milhões de marcos aos países vencedores. Em 1920, foi criada a Liga das Nações, associação de diversos países sediada em Genebra, na Suíça, com a missão de garantir a paz e a segurança mundial.

A economia alemã ficou arrasada após a Grande Guerra, enquanto os norte-americanos obtiveram vantagens econômicas importantes. Enquanto mantiveram a sua neutralidade, os EUA lucraram com a venda de armas aos países envolvidos no conflito e também fizeram empréstimos aos governos da França e da Inglaterra. Assim, os EUA assumiram o posto de maior potência econômica do mundo após a guerra, posto esse que havia sido da Inglaterra durante muitos anos.

Sugestão de leitura:

A Revista História: debates e tendências publicou um número que conta com um dossiê sobre a Primeira Guerra Mundial. Você pode ter acesso a esta edição da revista clicando aqui. Boa leitura!