Leia abaixo um pequeno trecho de um texto escrito por Maria Lígia Coelho Prado acerca da participação das mulheres nas guerras de independência da América Latina:
"Quando se fala em exército, nesse período, imaginamos sempre homens marchando a pé ou a cavalo, lutando. Esquecemo-nos de que as mulheres, muitas vezes com filhos, acompanhavam seus maridos-soldados; além disso, como não havia abastecimento regular das tropas, muitas trabalhavam - cozinhando, lavando ou costurando - em troca de algum dinheiro [...]. Expostas à dureza das campanhas e aos perigos das batalhas, enfrentavam corajosamente os azares das guerras [...].
[Havia ainda] a presença não apenas de mulheres que seguiam ao lado de seus companheiros, mas de várias mulheres soldados que pegaram em armas para conseguir a libertação das colônias.
[...]
Há variadas narrativas sobre outro tipo de participação das mulheres, por exemplo, as que trabalhavam como mensageiras, levando informações para os insurgentes. Sua condição de mulheres supostamente levantava menos suspeitas; entretanto, várias delas acabavam descobertas, presas e algumas condenadas à morte."
(PRADO, Maria Lígia Coelho. A participação das mulheres nas lutas pela independência política da América Latina. In: ______. América Latina no século XIX - tramas, telas e textos. São Paulo: EDUSP; Bauru: EDUSC, 1999, p. 34-35, 40.)