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O processo de industrialização e o desenvolvimento capitalista nos
países europeus, com destaque para a Inglaterra, e também nos Estados Unidos e
no Japão.
→ Lembrar: a
Revolução Industrial, as condições de vida e trabalho dos operários nas
fábricas, a consolidação de grandes empresas e a busca pelo lucro no sistema
capitalista. Destacar também inovações tecnológicas como o telégrafo, a
fotografia, o telefone, o fonógrafo e o cinema. Novas fontes de energia:
eletricidade e petróleo. Noção de
“progresso”.
→ É dentro deste
quadro que países como Inglaterra, Bélgica, França, Holanda, Alemanha, Itália,
Estados Unidos e Japão dão início a práticas imperialistas.
O “imperialismo”, ou,
o “neocolonialismo”:
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Se o colonialismo dos séculos XV e
XVI tinha como objetivo a obtenção de especiarias, gêneros tropicais e metais
preciosos, notadamente no continente americano, sob a justificativa de levar a
fé católica a outros povos, o imperialismo
(também chamado de “neocolonialismo”, onde “neo” = “novo”) do século XIX, por
sua vez, buscava mercados consumidores de produtos manufaturados e fornecedores
de matérias-primas (algodão, cobre, ferro, petróleo, etc.). Além disso, devido
ao grande crescimento populacional verificado na Europa, as potências europeias
buscavam colônias para instalar parte de seu excedente populacional. Os principais
agentes do imperialismo foram mais as grandes
empresas (bancos, indústrias, empresas de comércio e transportes) do que
propriamente os Estados.
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Formas de dominação imperialista: a) administração
direta, onde os principais cargos governamentais nas colônias eram ocupados
por agentes metropolitanos; b) administração
indireta, na qual eram feitas alianças com as elites locais.
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Desdobramento político do imperialismo: crescimento da rivalidade entre as
grandes potências imperialistas, com o estímulo ao armamentismo.
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Principais alvos das potências imperialistas europeias: África, Ásia e Oceania.
Imperialismo e
alteridade:
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A justificativa usada para as práticas imperialistas: levar o progresso e a
civilização dos países mais desenvolvidos para aqueles menos desenvolvidos,
estes últimos vistos como “bárbaros” e atrasados. Tal justificativa procurava
esconder os interesses econômicos das grandes potências mundiais.
→ Rudyard Kipling
(1865-1936): literato inglês que escreveu a obra O Fardo do Homem Branco (1899), na qual destacou o dever à
filantropia da ação colonizadora, ou seja, a ideia de que os países mais
desenvolvidos levavam melhores condições de vida para as suas colônias. Kipling
recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1907.
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“‘Acredito nesta raça...’, dizia Joseph Chamberlain[1] em 1895. Ele entoava um
hino imperialista à glória dos ingleses e celebrava um povo cujos esforços
superavam os de seus rivais franceses, espanhóis e outros. Aos outros povos,
‘subalternos’, o inglês levava a superioridade de seu savoir-faire,[2] de sua ciência também; o
‘fardo do homem branco’ era civilizar o mundo, e os ingleses mostravam o
caminho.
Essa
convicção e essa missão significavam que, no fundo, os outros eram julgados
como representantes de uma cultura inferior, e cabia aos ingleses, ‘vanguarda’
da raça branca, educá-los, formá-los – embora sempre se mantendo à distância.
Se os franceses também achavam que os nativos eram umas crianças, e sem dúvida
os consideravam inferiores, suas convicções republicanas levavam-nos, porém, a
fazer afirmações de outro teor, pelo menos em público, ainda que estas não
estivessem necessariamente em consonância com seus atos.
Todavia,
o que aproximava franceses, ingleses e outros colonizadores, e dava-lhes
consciência de pertencerem à Europa, era aquela convicção de que encarnavam a
ciência e a técnica, e de que este saber permitia às sociedades por eles
subjugadas progredir. Civilizar-se.”
(FERRO,
Marc. História das Colonizações: das
conquistas às independências, séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996, p. 39.)
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A experiência da colonização a partir da literatura: O Coração das Trevas (1902), de Joseph Conrad.
→ Joseph Conrad (1857-1924):
escritor britânico de origem polonesa.
→ O Coração das Trevas: o livro conta a história de Charles
Marlow, um capitão de um barco a vapor que trabalha para uma companhia belga de
comércio. O trabalho de Marlow é transportar marfim por um rio no Congo (que à
época era uma colônia de propriedade privada do próprio rei Leopoldo II, da
Bélgica), mas ele recebe como missão resgatar o Sr. Kurtz, um comerciante de
marfim que passou a viver no interior da África. No livro, há um relato das
dificuldades de navegação no rio africano, bem como uma crítica ao
imperialismo, especialmente por meio da loucura do Sr. Kurtz e da crueldade
praticada pelos colonizadores contra os povos dominados. Todavia, o livro
apresenta, em algumas passagens, uma imagem negativa dos africanos. A obra
remete à própria vida de Conrad, que também trabalhou como capitão de um navio
de uma companhia de comércio no Congo. O livro inspirou o filme Apocalipse Now (1979), do diretor
Francis Ford Coppola, obra sobre a Guerra do Vietnã.
“A conquista da
Terra, o que na maior parte significa tirá-la daqueles que tem uma fisionomia
diferente ou narizes ligeiramente mais achatados do que os nossos, não é uma
coisa bonita quando você olha demais para ela.” (CONRAD, Joseph. O Coração das Trevas. Porto Alegre:
L&PM Pocket, 2004, p. 13.)
O livro explora o
fascínio e o medo no contato com a realidade africana, com o outro, bem como o
fato de a experiência da colonização destruir tanto o colonizado quanto o
colonizador.