No início do século XIX a população chinesa já
era muito grande, representando um enorme e potencial mercado consumidor, o que
atraiu as potências imperialistas. País de cultura milenar, economia agrícola,
governado por um governo imperial marcado por várias revoltas camponesas,
disputas políticas e constante crise, a China viu a entrada de estrangeiros em
seu território no contexto do imperialismo, sobretudo por parte de países da
Europa, dos EUA e do Japão. Foi nesta conjuntura que ocorreu a Guerra do Ópio (1841), conflito que
começou por conta de interesses da Inglaterra.
Até o século XVIII o ópio era usado pelos chineses como medicamento, mas os
ingleses, que produziam grandes quantidades do produto em seus domínios na
Índia, disseminaram o vício entre os chineses. Em 1839, as autoridades chinesas
obrigaram um representante britânico a entregar 20 mil caixas de ópio, que
foram jogadas ao mar. A Inglaterra passou a exigir uma indenização dos
chineses, acusando-os de bloquear o livre comércio na região. Como a China não
pagou tal indenização, foi iniciada a Guerra do Ópio, que terminou em 1842 com
os chineses derrotados e obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, por meio do qual cinco portos chineses eram
abertos ao livre comércio, o sistema fiscalizador era abolido e Hong Kong era
entregue à Inglaterra. Posteriormente, sob o pretexto de vingar o assassinato
de um missionário francês, um exército franco-inglês, apoiado por
norte-americanos e russos, ocupou Pequim, a capital chinesa, e obrigou a China
a assinar o Tratado de Pequim (1860),
que estabeleceu a abertura de outros sete portos ao comércio internacional, a
instalação de embaixadas europeias e o direito de atuação de missões cristãs em
território chinês. Em 1900 ocorreu a Guerra
dos Boxers, quando chineses nacionalistas radicais, os “punhos fechados” ou
boxers, se rebelaram contra a
dominação estrangeira e mataram cerca de duzentos estrangeiros, incluindo o
embaixador alemão. Ingleses, franceses, alemães, russos, japoneses e
norte-americanos se uniram para invadir a China, subjugar o país e forçar os
chineses a reconhecerem todas as concessões já feitas às potências
imperialistas. Em 1911, o Kuomintang,
o Partido Nacionalista Chinês, liderado por Sun Yat-sen, derrubou a monarquia
milenar e proclamou a república, mas não conseguiu promover o desenvolvimento
autônomo chinês, notadamente por conta da presença imperialista internacional
no país.