Historicamente, o território japonês se manteve
isolado do Ocidente. Em 1542, quando os portugueses, seguidos dos espanhóis,
chegaram ao lugar, o Japão reagiu duramente à presença europeia em seu
território, presença essa caracterizada pelas missões jesuíticas. Em 1648 os
portos japoneses foram fechados aos estrangeiros, o que isolaria o país do
resto do mundo por mais de dois séculos. Durante o século XIX, a aristocracia
dos daimios dominava o Japão por
meio do apoio dos samurais – uma
classe de guerreiros profissionais –, em uma estrutura de organização social
semelhante ao feudalismo europeu. Os senhores feudais japoneses disputavam o
poder, porém, era o xogunato, título
criado no século VIII para os comandantes militares, que exercia o comando político
do reino. Neste contexto, essa instituição estava sob o domínio da família
Tokugawa durante o século XIX. O imperador – denominado micado – exercia um
poder apenas formal a partir da cidade de Kyoto, enquanto o xogum estava instalado em Edo – antigo
nome de Tóquio. Em 1854, uma esquadra norte-americana comandada pelo almirante
Perry forçou a abertura dos portos japoneses ao comércio mundial, tendo o
Japão, a partir disso, assinado acordos comerciais com os EUA e com outros
países. Com a abertura dos portos houve a europeização do Japão, o que
estimulou o nacionalismo dos japoneses e a oposição ao xogum por ter permitido
tal abertura. Apoiado por clãs rivais do xogunato, o imperador Mutsuhito – que
tinha o desejo de tornar o micado o verdadeiro poder nacional – promoveu a
centralização política. A partir de 1868 iniciou uma fase de industrialização e
modernização do país, conhecida como Era
Meiji. Dentro desse quadro, o Japão deu início a uma política imperialista
sobre a China, com o objetivo de conquistar a região da Manchúria. Como tal
região também era objeto de desejo por parte da Rússia, teve início em 1904 a Guerra Russo-Japonesa, vencida pelo
Japão, que, a partir de então, passou a exercer sua supremacia sobre a China.
Posto isso, o Japão se tornou uma grande potência mundial, por meio de sua
dinâmica desenvolvimentista, tendo promovido então uma expansão colonialista
que acabaria esbarrando no expansionismo norte-americano na região do Oceano
Pacífico, o que geraria atritos entre as duas potências nos anos 1930 e 1940.